Poemas : 

Porquê?

 
Porquê?
Porquê que insisto em procurar
Aquilo que sei perdido
Porquê que teimo em lembrar
Aquilo que já foi esquecido.

Sento-me á beira da estrada
Quase a cair para a berma
Nesta busca de desespero
Que nem eu própria sei se quero
Sem travão que me detenha.

Procuro no fundo de mim
Numa cave já sem ferrolhos
Quero sempre algo e nem sei
Se o que quero não o terei
Mesmo à frente dos meus olhos.

É sempre um misto de falta
Com o excesso de procura
É sempre alegria e dor
Num misto de amor e desamor
De ventura e desventura.

Quando um dia à minha porta
Ao passares e não me sentires
Nesta minha inquietação
Toma-me o pulso e o coração
Porque decerto estou morta.


Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor

 
Autor
adelaidemonteiro
 
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Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 30/03/2010 17:30  Atualizado: 30/03/2010 17:30
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Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Porquê?
Belíssimo poema Adelaide.
Aí vais mantendo-te na tua solidão, no teu alheamento, mas quero que saibas que
continuo atenta ao que escreves e que tenho
por ti uma grande e irrefutável admiração.
Abraço
Vóny Ferreira