. façam de conta que eu não estive cá .
a existir, ela terá mais do que braços, tentáculos fortes que te prendem os movimentos ao corpo. um coração inchado no peito a servir-lhe de terceiro seio. um rosto bonito, olhos miúdos, cabelo que imagino claro; da boca não faço sequer metáforas, nem versos, que essa boca te comeu as vontades de sal. e terá morto, a existir, todos os peixes agora à tona, a quem escrevo regulares cartas de amor e saudade como quem ainda acredita. e ela será na primavera a melhor amante, no tronco florescem-lhe gestos, seu peito é por agora o único lugar de escreveres versos. é ela e uma fuga de afecto quando abres os braços à procura dos meus.