Há Inverno no deserto
daquela vida,
raios de sol penetam
como espinhos na face dolorida
Queima a carne,
a alma arde,
o coração em suspiros,
pede guarida
e o todo aquece
na tempestade repetida,
no tumulto de ideias
e areias
que a deixa entorpecida
Envolta em sofrimento,
pelo vento,
rodopia,
assobia,
foge, dança,
em louca correria,
e desafia,
morde, rasga,
cansa...
Violento, insiste,
sem sequer se aperceber
que no momento em que desiste
e pede para morrer,
já não existe!
Célia Santos