Adormecem as palavras em meu peito
Entre soluços busco soluções
Vivo a dor do amor perfeito
Uma frase solta sem sujeito
Cujos predicados alteram corações
A noite embala minh'alma
Que quieta-se inerte, quase morta
Seria o pensar do poeta um trauma?
Um lampejo que furta-lhe a calma?
Ou seria só os ouvidos d'uma porta?
E se a gente calasse de repente
Para poder ouvir o mundo lá fora?
Fizesse da saudade o presente
Num eco de palavras dormentes
Que o tempo jamais descora