Miram-se totalidades rentes aos molhos e aos pinchos de palmadas nas costas uns e outros a cortejar os risos e mais risos e mais risos e mais risos a riscar vidros de sorrisos incertos e tudo de olho torto uns nos outros. Uns dias incumbem-se amostrar que estão certos nos intentos do pensar e outros a entrar olhos adentro sem acatar mas olhos dos outros pensam mais que o mesmo cuidar. descobrem-se trovadores juntos no mesmo saco delirante que se encaixam em tudo que dizem e desdizem e são mas não são a farsa surpreendente do desejo a mandá-los todos num navio dum rumo ao mar. o sonho lido e relido de quem sabe nascer na fisga perfeita do saber e tudo a caber dentro no mesmo livro. atiram-se cantores janela adentro e janela afora sem saber que todos vão rumo ao mesmo rio sem poder a desaguar no mesmo mar sem compreender que isso seria muito pouco diante de tão intenso desatino. vem a dizer-se severamente no olhar de palavras mansas, vamos disfarçar? vão-se e convidam-se p’ra bailar ao sabor do dizer dos outros o que outros assentam nessa falta e amanhã quem sabe aceite-se o tal jantar e depois logo se verá numa aposta difícil de não decifrar que ainda te vou a conquistar. apostar-se no vate é aprontar-se no cavalo falhado àquele que já soube em tempos saltar e agora não interessa mais. fixou-se a ficar no mamar do dedo polegar e depois é só contar borboletas dependuradas e asfixiantes do tecto do quarto do discípulo menor com chucha a adormecer. um desconsolo. ao menos se houvesse um rei apto de manter-se palavra ainda vá que não vá p’ra lá mas é tudo farinha finura a cair na roupa negra difícil de pintar. olhares tontos vão juntos para o jantar e quem diria isso seria advir mas havia tanto para te contar sobre o mal espalhado e agora lamber-se no perecer é querer brincar num mal que finca nobres no relento de enganar mas ninguém sabe de quem o poeta está a falar e nem todos andam por aí a dar tiros nos dois pés ao mesmo tempo. agora desaprender-se mais que esta vida é tudo farsa e fantasia numa verdadeira mentira do desviar de uns e aproximar de outros e ainda dizem mal uns dos outros só para evidenciar. no fundo tudo é farinha do mesmo saco dos idealista desaprendidos desse saber maior que é amar e amar. já não te via há muito tempo ora essa e se fosses… mas não vou dizer que saber-se de si sem escrever a poesia por causa dessa coisa desiludida e descabida que é o parecer é querer dar mão aos olhos que tem fechada a frincha sem brio e sem mimo e sem mar porque miram-se totalidades aos molhos e ninguém sabe o que é por cá. escrever sem pensar é bom mas há olhos que querem dizer não sabe disputar pois nada há para tal.
Inéditos de Rosa Magalhães
(Imagens da internet)
com 3 Livros Editados
1º "Pérolas de Amor"
2º "Acrósticos de Poesias"
3º "7 Vidas de Afectos"
Rosa Magalhães