O caso era para ser engraçado, mas foi meio sério...
Aconteceu hoje pela manhã...
A lanchonete estava cheia de gente chegando para enfiar alguma coisa no estômago, pois se já eram quase meio-dia.
A típica lanchonete de chineses que aqui no Brasil chegam e se instalam: com azulejos padronizados sempre da mesma cor, em todas que estão espalhadas pelo Rio de Janeiro, e pela região metropolitana...
Voltando ao episódio: haviam pessoas de todos os tipos ali no corre-corre, uma parada para beber uma água ou comer.
A senhora era bem obesa, infelizmente, coitada!
Adentrou o recinto e chamava logo a atenção...
Mas cada um que cuidasse de sua vida! E ela estava ali, para comer e ir embora, não dava atenção aos olhares críticos de algumas pessoas.
Foi quando ela começou a passar mal...
E já quase "escolhendo"onde iria cair sem derrubar ninguém, se jogava para lá e para cá, como numa dança!
As pessoas correram para acudi-la, mas ela agora, fechava os olhos desacordada...
Um dizia: JOGA ÁGUA NO ROSTO DELA, QUE ELA ACORDA!
Outros apertavam os pulsos dela, passando álcool...
Veio lá do final da lanchonete, uma voz que mais parecida de locutor de rádio, ou TV:
É PRESSÃO ALTA... CHAMA UMA AMBULÂNCIA PARA LEVAREM A DONA PARA O HOSPITAL!
As atenções agora voltavam-se para descobrir quem falou, e a pessoa se levantou, foi até o burburinho, abriu espaço, colocou a mão no pescoço da dona, e confirmou:
É ISSO MESMO, PRESSÃO ALTA! O QUE VOCÊS TANTO OLHAM EM VEZ DE CHAMAR A AMBULÂNCIA?
E um dos homens que ali estava, segurando a senhora obesa e quase caindo com o peso dela, perguntou:
O SENHOR É MÉDICO?
E o tal homem disse, em voz baixa:
SOU, MAS NÃO ESPALHA... QUERO CONTINUAR TOMANDO MINHA CERVEJA...
O outro, meio que indignado, retrucou então:
MAS SE O SENHOR É MÉDICO, PORQUE NÃO ACUDIU A DONA, ANTES?
E o sujeito mais uma vez respondeu:
ESTOU DE FOLGA, E DÁ LICENÇA, QUE EU VOU VOLTAR PARA A MINHA CERVEJA!
Um outro senhor também se apresentou como médico e confirmou o que o outro tinha dito:
É PRESSÃO ALTA MESMO! PEGUEM A DONA E CARREGUEM PARA FORA, ATÉ QUE A AMBULÂNCIA CHEGUE.
Foi um tal de fazer força para ajudar a senhora a não cair dos braços de quem já a segurava... Foram precisos quatro homens para carregá-la até a rua.
Lá ficou estirada, até a viatura buscar...
O tal médico, veio falar com o que se apresentou primeiro:
O COLEGA NÃO ACUDIU ANTES POR QUÊ?
E o que bebia as cervejas disse em voz baixa novamente:
NÃO SOU, NEM NUNCA FUI MÉDICO, APENAS ESTAVA TESTANDO O MEU PODER DE ATUAÇÃO: SOU ARTISTA!
PELO JEITO DEU CERTO, ATÉ O SENHOR, DOUTOR, DEU O MESMO DIAGNÓSTICO QUE EU!
Fátima Abreu
Esse caso foi relatado pelo meu marido e também poeta daqui: FÁBIO MEEZI
ELE ESTAVA LÁ QUANDO TUDO ACONTECEU...