Os versos saem-me das entranhas, rompem a placenta do sofrimento Vestem-se de cores estranhas, adornam-se de bijutaria na palavra Apesar de me doer essa transfiguração, em todas as horas lhe acrescento Pingos de sangue, são as minhas dores que mergulham na agua A pele de que é coberto, o meu fracassado verso É uma pele suja e rugosa, por onde jamais entrará a claridade Disfarçada de obscurantismo, a pele dos meu verso é arreio Com o qual, amordaço a palavra em franca insanidade A insanidade de quem escreve e não sabe a força de que é feito O vendaval que anuncia o ventre dilatado, no verso que derrama Estranheza no olhar daquele que não entende o jeito Com que o poeta que não é poeta, tropeça na raiva ,se estende na lama Lama revigorante, tratamento anti rugas, do verso contrafeito Cai em queda livre mergulha em cataratas de agua barrenta Em busca constante vagueia de espírito refeito Os versos saem-me das entranhas, deixam de ser meus, estranha ferramenta Que utilizo, a meu bel-prazer, foi Deus ou o Diabo que me abriu o peito Foi o sol de Agosto, o homem do campo, esta terra maldita Alentejo em brasa, filho congénito, nas mentes embriagado, povo faminto Foi dessa cepa, que ganhei raízes, que criei matizes de poeta proscrita. Antónia Ruivo Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... oryid=92567#ixzz0j981LMii Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado. Duas caras da mesma moeda: Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´ Julia_Soares u...