Daqui só desço por necessidade,
Porque me queima a chama desse mundo.
Daqui do alto não sou vagabundo
E vejo todas as luzes da cidade.
Daqui só saio por sobrevivência,
Porque, enfim, não há outra saída.
Enxergo a volta no romper da ida,
Pois me maltrata a subserviência
A esse jogo de cartas marcadas,
A esse baile de faces mascaradas,
A esse mar de forças divididas.
Aqui no alto, sopra a liberdade,
Que me sustenta, lança claridade,
Planta a verdade, cura as feridas.
Frederico Salvo