Quem dera resgatar as ondas cavalo
e a espuma de galgos para te ofertar
o mar em colo teu, para que nele
pudesses banhar toda a tua beleza.
Quem dera cobrir-te de flores e afins
de nardos te vestir, de malmequeres
e de jasmim e entregar-te em mãos a
chave da natureza vivificante em flor.
Quem dera ter das montanhas e dos picos
o ar purificado que sorverias com alento
em tua face rosada e ver-te correr de serra
em serra a meio aos pinheiros bravos.
Quem dera ser a neve que te cobriria de
manto branco, alva tão alva como não há
e nos céus uma águia voasse em círculos
e fosse o teu corpo dentro de teus olhos.
Quem dera ser tudo e todos no seu melhor
com gestos puros e edificantes, que te
elevassem ao mais alto de ti e lá ficasses
para glória de quem te oferecera o que te deixou.
Ah, quem dera, ser poeta, para doar-te
este poema, palavra, teorema, sílaba
conjugada com a dedicação que tivesse
aquando da sua nascença e tu fosses presente.
Jorge Humberto
22/03/10