Que não me cabe
Incerto aperto
Em versos nos becos
Indigestos imperfeitos
Me viro por pedras
Do ponto a letra
Em cor-preta
Desdobrando a caneta
Na petala do poeta
A mão em curso
Da idioma ao percurso
Renome codenome
Palavra entalhada
Na pedra indo a transcursão
Estação a letrar
A criação envolver
Letras em mãos e papeis
A Reaver rotações na mente
Da onde o incendio
Começa a inspiração
Alega os vestigios
Idioma relugar
Que culpa a sentença
Na ordem do condenado
Largado pela indiferença
Sentado na inteligência
É idioma de pedra
Cuspi de padre
Reboco de merda
Santíssima insanidade
Que a culpa carrega
É ideia de pedra
Flutuar na terra podre
Sobre a nobre palavra
Que a ostenta sem nós
Esse idioma porta-voz
Essa letra sem voz
Que bate na testa
E vira idioma de pedra
Na mão do absurdo
Que minha orelha
Entupida aos cotonetes
Cor branca de ovelha
Vai ficando imunda
Mais surda
Que uma furda
No fundo do poço.