Tentamos ser poetas
aguçando a forma de expressar...
estimulamos o pensamento,
deixando-o voar...
Poeta fala da lua, da terra,
do sol, do mar...
diz que sente dor profunda,
quando o beija flor
fica sem água...
e com a face moribunda,
quando leva do amor
a mágoa...
O poeta sofre, chora,
ninguém vê...
ele as vezes até implora
pro amor não se deter!...
Por ser quem ele é,
sabe sua dor
ser mínima!
É assim feito partícula...
na existência de
mãe sem filho,
filho sem colo,
irmão,
sem ter com quem cantar!...
Força contrária
à sua resistência...
certamente o poeta
não saberia se aprumar...
desfragmentaria seu pensamento,
fazendo a palavra desarticular...
Dores,
pelas quais nem sonhou...
essa sim dói mais profunda!
Dor que derruba e prostra!...
Eu como aprendiz,
falo de passageiras tristezas,
de momentos de solidão,
de sonhos e realeza,
de castelos de areia no chão...
E passando a vida a viver
o aprendiz de poeta releva sua fé!
Pois sabe bem que "sua dor",
é coceira de bicho no pé...