É árduo o caminho que percorro, tão árduo e demorado que o horizonte é um ultraje perante a minha força de ir. Vou, devagar, depressa ou assim assim. Esqueço os meus braços no local da partida e quando olho para trás não os consigo alcançar, esqueço o meu beijo a meio caminho, esqueço a face amedrontada e o rosto molhado, depois controlo o ar que me bate contra o cabelo e o sacode em direcção ao ontem num presente que se antecipa longínquo.
Caminho de lágrimas com marcas de revolta e desespero, as pedras da calçada já despidas num aceno quase perfeito, tão desvantajoso como endiabrado, só faltas tu a tecer as palavras que nunca me dizes... só restam os silêncios plenos a arrastarem as sombras ao meu lado.
. façam de conta que eu não estive cá .