Seu brilho perene
Nazistas, fascistas,
E outros criminosos
Não conseguiram ofuscar
Com sua luz irracional.
Seu grande martírio
Não foi só seu;
Nos mergulhou na impotência
De um passado conspurcado, sem inocência...
Não te esquecerão,
Grande mulher,
Os que sentem orgulho
De serem seus patrícios,
Patrícios da morena que se fez
Um pouco brasileira,
Um pouco cidadã do mundo.
Angustiados, quem sabe para sempre,
Com teu pesadelo;
O presente, o futuro,
Não apagarão nossos temores;
Existem por aí, outras mulheres,
Candidatas ao teu infortúnio;
Como você,
Acreditam nas coisas de outra maneira,
Menos dores,
Uma pátria de muitas cores,
Quem sabe planetária,
Sem fome, nem tristezas que se evita.
Grande mulher,
Você sofreu por um grande sonho,
Que não nos deixa jamais!
Às vezes quase seca
Sob o peso da borduna;
Rebrota, com vigor imaculado,
Na cauda deste velho e indecente cometa,
Enferrujado por sofrimentos sempre presentes.
Teu grande sonho não morreu
Numa câmara de gás!
Serão impotentes,
Com certeza,
As rudes lápides que o encarceram
Mundo afora!