Não são por meio de cartas
De esferas ocultas
De estrelas decadentes
Ou espelhos fumados
Que vejo o futuro com olhos passados.
É, sim, com os actos do agora
E as acções do momento
Que procuro a resposta
Do amanhã que quis saber.
O sentimento de não existir
É me imposto sobre juros
Que me é cobrado ao segundo
Em porções de doses de solidão presente.
E dói!
Dói que nem uma faca afiada
Em pele desnudada acamada.
Espetando com força
Por cada palavra dita
Sem choques, sem respostas,
Em tormentas mil
Em acção de momento efémera.
Por cada palavra escrita
Por entre pensamentos, lágrimas
De chuva de Abril sentida,
As marés do vão preenchem
A pedra que é motor do argumentista.
…Suspiros…
Enfim, por palavra sim
Por palavra nim
O Não é presente,
É a afirmação de um amanhã
Que nunca soube prever
O que os olhos sonhavam
Por entre sombras esquecidas
Em mar de ocasos vindouros.
P de BATISTA