Ando com coração fora do peito
O corpo fora do espelho
E o corpo fala pra mente
Controlar os restos indigestos
Consolos que me consolam
São bocas abrindo olhos
Conselhos de ponta-cabeça
E idéias de porta à fora
Sem ninguém pra te ouvir
Os pensamentos lhe falam
Com o peso da consciência
Uivando em si só
Sozinho maltratado
A tanto tempo
Que o desejo se realiza
Apenas na memória
O vento bate no telhado
Nesse chão sem encalço e fechado
Fica tudo empoeirado
Nem o prego segura o quadro na parede
E a porta esta sem porta para entrar
Não tem companhia
Muito menos uma campainha
Apenas uma pedra para derrubá-la
E apenas um desejo para construi-la.
Será a idade que te deixará fraco de esperar
E a morte que te acompanha nos seus dias sem memória
Do mundo chamado amor que se perdeu na solidão ou na
casa onde mora seu coração.