Minha face de mulher tem segredos,
Esconde velhos jornais e brinquedos,
Sabe de cor as histórias de amor,
Veste-se do tecido de uma flor.
Minha face de mulher nunca esquece
Das cirandas do céu quando amanhece;
Prepara – suave – a noite que vem
E deita sobre ela, viajando além.
Nada tenho mais do que minha face
Para te trazer pra mim num enlace,
Devagar, num florir de girassóis.
Tão perto guardo minhas brincadeiras,
Ao lado do meu ser e suas lareiras,
Sempre à espera de estarmos a sós.
(Luciene Lima Prado)