Em Oceano furioso nosso Mundo navega
Lutando contra as vagas que se erguem
Mas a esperança quase morre nessa refrega
Numa luta desigual e a morte todos temem.
Os Almirantes não conseguem uma decisão
Para evitar a catástrofe que está bem patente.
Os capitães lutam para acalmar a apreensão
Que reina entre os marinheiros já descrentes.
Nos beliches, no convés, da proa até à popa
Os passageiros dessa Nau em puro naufrágio.
O medo, a incerteza se apoderou, nada poupa
Alimentando a miséria que é mau presságio.
A revolta começa a sentir-se e a populaça
Tenta tomar o comando da Nau à deriva
Mas logo os comandantes nessa desgraça
Matam a liberdade que é a nossa locomotiva.
A. da fonseca