«Tenho de ir... Danados! Ainda me apanham. Se eu pudesse ficar... Eu tenho de ir. Se eu soubesse quem são». Pensa, enquanto transpõe a porta com os cabelos desalinhados. O preto e o castanho de cada sapato dão já a ideia de algo estranho. «Onde estarão? Eu sei que estão algures, a mim não me enganam! Se calhar veem lá atrás». O olhar desliza-lhe para as costas, acompanhado por um voltar rápido de cabeça. Frequente, aliás. Pára. Encosta-se à parede. «Vocês andam aí! Mas que me querem? Deixem-me em paz! Porque me espreitam e perseguem? Ide»! Avança, pára e avança até entrar no super-mercado. «Finalmente! Pelo menos aqui, eu topo-vos melhor».
Boa semana!
Garrido Carvalho
Março '10