Acordei muito antes de saber a vida,
Antes ainda de ser criança, adolescente ou adulto.
Sou tudo o que há e o que não existe sequer.
O que era vosso e a ninguém mostrou,
Aceitei-o eu e fui, onde nem havia o que pôr.
Nasci e morri constantemente – sendo que era vossa a palavra.
Dei-vos o que semear e como à terra deixá-lo.
Abri-me em flor, sem espaço para o preconceito
Nem o impossível e regurgitei-me,
Até que me doessem os ouvidos, tocados pela crueza,
Do que está e respira.
Pelo caminho, deixei meu nome – parti.
Não chamem por mim.
Jorge Humberto
(10/06/2004)