DEUSA GÓTICA
A todos ela ama, revestida de ouro negro,
Diamante resplendor dos Anjos Negros.
Ela caminha soberana pelo mar, vestida pelas fiadeiras da noite.
Da mãe dos gatos andarilhos, dos mochos piadores,
Dos corvos sem amor, dos pombos negros.
Na sua testa o coração da terra.
Nas suas mãos o sangue e seiva das árvores.
Rainha gótica, doce, é negra como a tentação infernal.
Rainha de tridente, as água não tocam teu corpo de lava ardente incandescente.
Senhora dos lírios negros, rainha das deusas da morte e da vida.
Doce saudação, alimento dos cães infernais.
A deusa gótica, sente o orvalho da manhã,
Como feridas dos Anjos.
Alimento sagrado dos Elfos Negros,
Por ti choram todas as viúvas, Parda gata, Nut, Deusa das estrelas,
Caixão celestial das Deusas.
Doces lírios negros, crescem em vosso regaço.
Vassoura Elfica do tempo estelar,
Teus sorrisos as cornucópias,
Sangrentas do vosso amor negro, vossa alma as labaredas da eternidade,
vossos cabelos de conchas negras e plumas de corvo,
e sangue dos Anjos Negros, que choram fogo por vós.
Eterna deusa negra, gótica rainha de lírios negros,
Charuto dos prometidos, véu negro do Universo, malha dos pescadores.
Eternidade dos aflitos.
Reluz a alma branca, pintada para morrer,
Com a tinta dos longos invernos.
Sombria caminha a rainha dos lírios negros,
O seu feitiço já lançou, o Universo já tragou.
Seus cabelos a malha de Morgana,
Caminha altiva e serena, rainha enfeitiçada,
De espectros, e Anjos e Elfos Negros,
A rainha do submundo já partiu, o sol já despontou.
As fadas recitam preces de amor,
A chuva negra de alcatrão, fogo e lava,
No seu coração, feito de saudação e perdão.
Todos os lírios desaparecem.
A rainha dos lírios negros nas trovoadas
Ate se envolver num clarão de luz e perdão,
Não chorem então.
A rainha partiu, eis o senão.
Deixou a senha negra no seu coração
Diamante de rouxinol, pelas névoas passadas.
Caracol dormente, nas fiadeiras incandescentes.
Eis pois o senão,
A rainha negra partiu então.
Aradia fortunato