Os ventos do norte, são ventos frios
Por onde eles passam tudo arrefecem
Gelam montanhas e causam arrepios
No corpo, na alma, que não aquecem
Os sem abrigo são os que mais sofrem
Em caixas em cartão o corpo gelado
Mas são tão humildes que nada pedem
Apenas um pouco de pão e peixe assado.
Mas tantos corações bondosos que fazem?
Nada. Preferem passar a vida a tudo criticar
Um gesto de humanidade? não, nada para dar.
Ninguém está livre desse vento do norte
Um dia quem sabe sentirão o frio no coração
E envergonhados terão que estender a mão
A. da fonseca