Cálido luar,
leva-me às raias da noite que iluminas,
crava-me no peito a espada de teu amor
e reluz em prata no lençol de estrelas,
e conduz nas ondas aquele brilho mágico,
no reflexo de teu frágil corpo celeste
Cálido luar,
leva-me a embalar na noite que é tão tua
arranca-me do peito o coração em chamas,
e sangra, e clama,
nas ondas deste mar por um veleiro
no reflexo de deste frágil ser terrestre
Cálido luar,
leva-me nesta noite mar adentro, mar afora
arranca-me deste solo nas raízes deste amor
e planta, e colhe,
nas ondas verdes, musgos marinhos
no reflexo de minha amada distante...
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em setembro de 1977.