Poema coberto de pó, poeiras
mergulhado em amargas lembranças
mofado em antigas gavetas
surge em meio a cinzas
Dos inúteis cigarros
tragados em frente aos jarros
lembrados nas marcas dos estofados
dos cinzeiros nos carros
Fumaça me corrói em círculos
fantasma presente em meus alvéolos
circula impune por minhas veias
entope meus sentidos e coronárias
Apesar de tudo, me consome este nó,
insisto feito escravo do vício
que me impõe suas algemas sem dó
e sonho em faxinar o próprio corpo...
(feito as gavetas do tempo que ora abro).
AjAraújo, o poeta humanista, poema inspirado em um discurso de um paciente fumante, escrito em março de 2010.