Os brinquedos ainda estão esparramados,
Como lembranças deixadas ao chão...
E lá a sua mão, num quadro desenhado,
Bem centralizado, no meio de um coração...
Ah, João! Tão doce Joãozinho,
Fiquei aqui sentado, esperando por respostas...
Admirando ao teu belo rostinho,
No álbum de minhas lembranças póstumas...
Então dorme meu bebê, dorme sem medo,
Não te assuste, eu lhe esticarei a mão...
Aqui entre os anjos não existe segredo,
Somente o sorriso, e um momento de oração...
Sei que sente o embargar de minha voz,
Mas saiba que estou apenas chorando,
Pois sua presença se faz entre nós,
E por você, continuaremos lutando...
Não seremos alheios à impunidade,
Pois com o tempo, ela só se alimenta...
Roubando de nós até a dignidade,
Na mesma medida em que ela aumenta...
Então Joãozinho, onde quer que esteja,
Estarás no intimo de cada oração...
E meu anjo, bendito seja,
Quando quiseres morar em meu coração...
João Hélio Fernandes, 6 anos, morreu arrastado pelo carro de seus pais que fora roubado por assaltantes em 04/02/2007, é mais uma vitima de impunidade do Rio de janeiro.