Mas onde é que está liberdade se não posso falar
Tenho que ser o que não sou para a sociedade me aceitar
Não sinto falta do sono quando a noite me faz pensar
Rascunhos no caderno onde a minha mente insiste em se expressar
Tantas linhas escritas no caderno da capa preta
Raiva, ódio, amor e desabafos da treta
Sei que em momento algum atigirei a perfeição
Mas porque é que tenho que dizer que sim quando quero dizer que não
Oito horas e o telejornal não passa contos de fadas
Apenas males de uma sociedade com as ideias trocadas
Numa democracia onde a palavra não tem valor, quem der mais é rei
Onde tudo se compra, tudo se vende, até coisas que nunca imaginei
Quero comprar anos de vida talvez também se venda
Venha quem vier mas explique-me de forma a que eu entenda
O meu português não é perfeito mas entende-se perfeitamente
Venha o génio da garrafa e ajude esta gente
Vou pedir os meus desejos mas sem exagero
Pensando bem já nem sei o que eu quero
{::.[RITA].::}