Com falas mansas te enganam.
Verdades que são mentira.
Muitas mentiras emanam,
Mas tudo isto eu já vira.
Os que se dizem amigos,
Falam-te com falas mansas.
E quando se tornam inimigos,
Só depois é que tu danças.
Só já tarde é que tu vês,
O que é a realidade.
E vês que tudo o que lês,
Não se assemelha á verdade.
Quando tu vês a verdade,
E ouves a voz da razão,
É que ficas com vontade,
De a tudo deitares a mão.
Enrolam-te com falas mansas.
E ficam-se sempre a rir.
Na vida, tu não avanças.
Nem consegues progredir.
Num passado que remonta,
Isto estava a acontecer.
E sem sequer tu dares conta,
Continua a suceder.
Existe um careca com tranças,
E um esqueleto com vaidade.
E bastam estas falas mansas,
Para acreditares que é verdade.
Ficas embalado com os sons,
Que te dão aos teus ouvidos.
Pensando que todos são bons,
Que todos são bons maridos.
Só ouves as falas mansas,
Porque são as que te aprazem.
Não vendo que tu só danças,
E que só isso te fazem.
Fazem de ti dançarino,
Mas sempre desajeitado.
Pois não passas de um menino,
Que nunca foi ensinado.
A arte das falas mansas,
Leva meio mundo encantado.
E dela tu só te cansas,
Quando estás quase arruinado.
Pois só assim é que vês,
A ilusão que isso era.
E que tudo o que tu crês,
Só te fez ficar á espera.
Maldizes a tua sorte,
Por teres sido atraiçoado.
Quase desejas a morte,
De quem te tem enganado.
Só aprendes com a vida,
E por isso tens vivido.
Pregaram-te tanta partida,
Que muito tens aprendido.
Já viste as falas mansas.
Mas tens muito mais para ver.
Daqui para a frente só danças,
Se realmente o queres fazer.
Tu ouves as falas mansas,
E nelas tu acreditas.
E por isso não alcanças,
Verdades que sejam ditas.
Pois todas as falas mansas,
Só dizem verdades falsas.
E com elas tu só danças,
Como se dançasses valsas.
Muitas das vezes tu crês,
Embora disso te avisem.
Acredita só no que vês,
E nunca no que te dizem.
zeninmi 18/7/2007
zeninumi.