Deixar o passado para trás,
Requer consciência de que o passou já não volta,
Que os caminhos serão complicados.
Mas quem é que se importa.
Quando o coração sofre,
E grita desesperado por socorro,
Para que abandonamos o que nos magoa,
É quando realmente devemos mudar.
Não se sabe a hora exata,
Mas quem disse que o sentimento espera o tempo,
Ou que o tempo remonta nosso coração,
Nas batidas solitárias de um acorde de violão.
Se a mudança gera medo,
O medo gera mudança,
Ansiar e dar o melhor de si,
O melhor de si ânsia mudar.
E vemos que os elos das correntes não eram fortes,
Que não resistiam à distância,
Aí sim chega o momento de esquecer,
De esquecer todos os momentos.
Mesmo que autores de nossa própria história,
Escrevemos grandes partes de outras,
Que também se escreveram nas nossas,
Por linhas retas ou tortas.
Mesmo que no passado a lembrança fique,
E nas batidas do relógio o coração aperte,
Sempre teremos o que foi escrito,
Talvez aquilo que nos foi proposto.
Foi proposto como tema de redação,
Às vezes livre,
Para expressarmos o que sentimos,
E despir nossa alma.
Às vezes deixamos de falar por nós,
Expondo nossas opiniões como se elas não fossem nossas,
Sabendo ver duas faces de uma mesma moeda,
Sendo grandes desertores.
E que agora me pego lembrando quando criança,
Que cada detalhe guardou na lembrança,
Narrando fatos de minha vida,
Que os tempos não trazem mais.
Tatiane Nunes Freire