Irei tentar cantar um canto novo.
Tentarei renovar a forma poética.
Deixar nascer como vir: Patética.
Mês x, dia tal, cantarei a um ovo.
Vejo-o ali, liso, caiado, sob a mesa.
Lá estão vários irmãos. Qual canto?
Alguns marrons... Canto ao branco.
Ó, ovo branco do meu coração!...
Vieste do âmago da galinácea fulva
Ao negro mundo donde te decanto!
És ovo! És vida! És Sacrossanto!
Orgulho da mãe de pelúcia preta,
O filho predileto, o fruto cigano
Que se esfuma em fogo fátuo brando!
Parto-te. És lindo! Quanto te amei!
Nunca fui santo, ovo lindo branco,
Amo-te tanto que hoje te devorarei!
Gyl Ferrys