Que poderei eu de mim
Mais rasgar
Para não suportar
O choro da tua mão
Estendida de fome?
Anjo da solidão
Que me arranca
Lágrimas inquietas
Na última linha
Desenhada
Em último gesto
Destino breve
De negras noites
Num pavor que nos cerra
O sorriso de um olhar
Para sempre fechado
Que poderei eu de mim mais rasgar?
Manuela Fonseca