Da calma costumeira, uma procela
Surgindo sem perguntas nem respostas
As faces já desnudas ou expostas
Transformam enquanto a vida se revela
Das ânsias mais sobejas, rara tela
Terror que bem no fundo sei que gostas
E vence sem pensar tantas apostas
Liberta e nos prepara dor e cela.
Angustiadamente traz saída
E ao mesmo tempo é luz e despedida
E nela mil facetas mostrarão
Deidade muitas vezes vil, satânica
E transbordante; uma erupção vulcânica
Intraduzível fúria, eis a paixão.
De Praia para o mundo lusófono
VALMAR LOUMANN