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A TORRE DE PAPEL

 
Digo eu:
A genialidade do poeta é isso mesmo - ser genial!

Depois de ter aprendido a escrever
Descobri num papiro o meu futuro:
- Você será o Rei do poema!

Comprei um dicionário de palavrões
E decorei-os como se decoram datas históricas.
Procurei um bode expiatório para as minhas
alucinações.
Neste interim descobri que sim
Que só as minhas diarreias eram puras lições
de poesia
Justificações animalescas de frustradas intenções.

Com o olhar gaseado desatei aos pulos
Sobre o manco banco de madeira que fiz
E insultei quem pude e de quem me lembrei.

Todos os que insultei disseram
Que tinham sido insultados
E os que também de nada percebem
Deram razão aos meus vómitos agoniados
E antes que tivesse tempo de mais fazer
Descobri dessa forma a originalidade
De os obrigar a ler
O que a minha grandiosa imaginação
Permitiu duma forma diminuta escrever...

António Casado
Para o Luso poemas






 
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antóniocasado
 
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Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 05/03/2010 18:42  Atualizado: 05/03/2010 18:42
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11255
 Re: A TORRE DE PAPEL
A torre de papel que caem em cada palavra mal tratada...escrever é a liberdade dos sentimentos e os sentimentos têm que ser livres para escrever, a imaginação é a arte da vida.

Beijos




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/03/2010 19:22  Atualizado: 05/03/2010 19:22
 Re: A TORRE DE PAPEL
um poema é um poema, e sem dilema, o recado. vai o poema, como um mensageiro alado. isso sim; é originalidade. meu aplauso.

António, meu fraterno abraço, amigo e irmão.

Silveira