Prosas Poéticas : 

Morte Presumida

 
Fecho os olhos e deixo-me escorregar com a saliva que cai da boca em direcção a esse abismo de sofrimento que tão bem conheço, deixo-me ficar com o corpo nu feito pedra fria e deixo-me enfraquecer como uma rocha e ficar cinzenta como o cimento e depois deixo que a minha nudez se camufle e que ninguém me reconheça.
Abro os olhos e vejo a minha dor cobrir-me com os seus braços longos, a tristeza olhar-me nos olhos, o sofrimento a beijar-me a boca já gelada pela rocha. Fecho de novo os olhos para sentir o beijo enfraquecer-me, apodrecer-me os ossos, parar o sangue que me corre pelas veias, rebentar-me o coração que bate sozinho no peito.

Postado por Dança de lágrimas ...


. façam de conta que eu não estive cá .

 
Autor
Margarete
Autor
 
Texto
Data
Leituras
777
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.