Silêncio,
só silêncio
ante o eco reprimido
do grito amordaçado.
Silêncio,
só silêncio
ante o cruel destino
do corpo despedaçado.
Silêncio,
só silêncio
ante o parto prematuro
do nascituro condenado.
Silêncio,
só silêncio
ante o gasto premeditado
do corrupto deputado.
Silêncio?
não, não mais silencio
ante o infinito deserto
de bocas da fome que não sacio.
Silêncio?
não, não mais silencio
ante o descalabro aberto
de meias, cuecas cheias de dinheiro público.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em março de 2010.