Não posso definir o tudo
não devo conceituar a flor
não tento explicar o sorrir
não entendo muito de dor
mas esse conjunto requer
as doces forças da mulher
na forma compacta do amor
Porque mulher é essa junção
de um paraíso com o céu
contudo ao mesmo tempo
sofre as agruras do fel
e mesmo sendo carinhosa
gentil, nobre, amorosa
recebe o amargo e dá o mel
Esse amargor de que falo
é tão inerente ao seu viver
já lhe nasce no coração
é bem intrínseco ao seu ser
de ser boa e altruísta
tal criatura benquista
mas que nasceu para sofrer
Não amarga as horas a mãe
aflita, o filho demora,
e fica em sua cabeceira
se doente e quando chora
não é seu corpo alimento
quando do aleitamento
dia e noite, a qualquer hora?
Carrega a vida no ventre
durante quase um ano
quantas são as consequências!
seu corpo se transformando
mil exames para fazer
só o que importa é o seu bebê
não quer nele desengano
Impossível imaginar
ao homem não é dado isso
quais são as dores do parto
e esse forte compromisso
da mulher com o nascimento
mesmo que trilhe tormento
troca a dor pelo sorriso
Assim o tudo não defino
a flor não devo conceituar
o sorrir explicar não tento
sobre dor não quero falar
pois não entendo de nada
somente à mulher foi dada
a graça do amor no olhar
Também nos gestos, nos atos
na sua maneira de ser
pois a mulher, esse fascínio,
veio ao mundo embevecer
do céu anjo enviado
foi o homem abençoado
com a dádiva de a conhecer
Um dia só não lhe basta
todos os dias merece
oito de março, tão pouco
ela tudo oferece
são dela todos os dias
em noites quentes ou frias
sorrindo nos embevece
Parabéns lindas mulheres
para vocês meu respeito
com devoção meu afeto
desculpe os meus defeitos
queria homenagear
mas, tímido, não sei falar
pobre poeta sem jeito
Gilbamar de Oliveira Bezerra