Escrevo coisas lindas que não sinto
E mata-me a carne a saudade
Do teu desejo tão feroz, não, minto
Do meu desejo só, sem ter idade.
Eram longas as tardes, noites sem fim
Eram amanheceres de mim em nós
E no dia floria o jasmim
Odor inebriante sem ter voz.
Eram claras manhãs de poesia
As horas passavam sem a razão
Loucura de dois corpos, sintonia
De todo o prazer em nossa mão
Aberta de qualquer posse, sorria
Feliz madrugada no coração.