Nua e crua me deito à terra
e com o tempo vou greminar
e renascer no poema que encerra
todo o meu ínfimo sonhar...
E bela e airosa voo pelos céus
tão claros e tão límpidos
e passo para lá dos véus
e mergulho nos poemas líquidos...
Empoleiro-me numa macieira
e ao lado de outra cotovia
fico a cantar a vida inteira
e sinto no peito que alegria...
No dorso de um cavalo marinho
desço às profundezas do mar
e com os peixes que bem alinho
e deixo-me apenas maravilhar...
Subo à mais alta montanha,
quedo-me perante a natureza
e toda a paz em mim se entranha
e a harmonia é uma certeza...
E o por-do-sol tão vermelho
faz-me voar, voar numa magia
e com eu própria bem emparelho
e renovo a fé para o dia-a-dia...
E depois a lua nova me sorri
e me dá o seu apoio também
e corro o que sinda não corri
e cansada sou feliz como ninguém!
E inda não quero morrer sem
viver um grande, belo amor,
um amor que saiba tão bem
e traga à vida outra cor...
E quando esse amor partir,
que tudo tem a sua duração,
eu fique só mas a sorrir
e outro amor volte ao coração...
A vida é feita de chegadas
e de partidas, mas pelo meio,
vivamos horas muito animadas
com a alegria e a paz de permeio...
Pois assim sou, assim hei-de ser
sempre uma eterna apaixonada
a voar num sonho e a correr
atrás de uma brisa, atrás de nada...
Mas enquanto corro mui viva
estou, e viva que posso fazer?
Posso ser muito mais activa
e realizar o que me der prazer!
*+* *+*
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.