Sinto o silêncio da noite,
incomoda-me,
pois os dias também são assim,
devolutas horas de tons cinzentos,
que se sucedem em catadupa.
Já não pouso o casaco no colo.
Nem tãopouco, já serve de aconchego a Alguém...
nem a minha Alma o aceita.
Sinto que a noite rejeita,
cada sorrir de mim...
na luz ténue de duas luas,
aconchego o meu frio
e fito-as esperança,
a noite dança-me no colo.
Estranho a imensidão,
deste banco do meu Jardim,
nunca antes tinha reparado nela.
Sinto-me fundo duma aguarela,
de tons desmaiados, sombrios...
resta-me segurar as minhas mãos,
acaricia-las
e fitar a esperança,
que brota nas Palavras
...mesmo que já não pouse o casaco no meu colo.
Andy