A carta… (Blackbird a Tiago)
Idiota!
Achas mesmo que alguém te amará um dia?
Deixa-te de ilusões!
Ficarás sempre só!
A vida inteira,
Dia sobre dia;
Noite sobre noite…
A chuva cairá lentamente
Sobre o teu velho e triste coração.
Como pode um coração vazio
Pesar o mesmo que um mundo?
Será sempre assim,
De cabeça triste e olhar carregado
De mágoa por dentro da camisola
Virás do trabalho para casa;
Da solidão para a solidão;
Da tristeza para mim…
Mas basta!
Estou farto de ser eu a sofrer por ti!
Homem idiota!
(Se é, agora entre nós,
Que te podemos chamar Homem.
Eterna criança tu!
Preso no tempo;
À espera que se mude o futuro…)
Deixa-te de viver no passado
À espera que o futuro mude!
Para poderes ser feliz neste presente
Morreu… acabou!
Nada podes fazer agora…
Vives nesse teu mundo,
Essa essência onde me criaste…
E escreves,
Sobre tudo o que aconteceu na tua vida;
Ou o nada que ela é...
E amor?
Escreves sobre algo que não sabes o que é?
(Esta tenho de aplaudir de pé!
És um génio!
Aquele que sempre te consideraste ser…
Ou louco apenas!
Aquilo que outros viram crescer…)
Deixa-te ilusões,
De imaginar beijos que nunca aconteceram
“Alma com alma” leste num livro.
*(Risos)
Tolo! Idiota!
Isso não passa de imaginação!
De eterna e triste ilusão!
Como essa que tens,
De alguém te amar…
Ninguém te ama e jamais o farão!
Ninguém quer ser visto com um cromo como tu!
(“Cromo” – Lembraste de como te chamam
Aqueles que se riam das tuas piadas?
Eles só se riram de uma única piada tua…
A tua vida! A tua miserável existência!)
Desiste… o amor não existe
Eu sou pura ilusão,
Loucura no teu coração…
Aqui te deixo as minhas palavras…
Para que deixes de fingir.
E perceberes o miserável
Que verdadeiramente és!
Com amor:
Blackbird (o teu único amor…)