Pessoas
As pessoas deambulam pelas ruas, andam sobre os pés que estão sobre a calçada. Andam nos carros que passeiam sem liberdade pela estrada. A rua.
Olham sem observar e seguem o seu caminho, cegos, acéfalos, em direcção às luzes imaginárias, ao brilho inexistente da sua falsa felicidade.
À chegada são recebidas por sorrisos e olhos arregalados que prometem o fim do arco-íris.
As pessoas vivem de acordo com as regras, respeitam-nas, seguem-nas, mas não as questionam. O Medo.
Limitam-se a ir umas atrás das outras, na grande fila da vida que as levará à espera da morte. O fim.
Os pássaros voam sobre as pessoas sem serem aves, o vento sopra sem ser natureza. A única coisa que é, são as pessoas, que são só, apenas, nada mais, pessoas. A vida.
Por vezes ouve-se música, não barulho, mas uma melodia cuidadosamente organizada. E risos, não computorizados, daqueles alegremente felizes. Estamos, então, perante coisas.
Coisas não são pessoas, são coisas.
As coisas passeiam pelas ruas com os pés sobre as nuvens que pairam no chão. Olham e observam cada pormenor dos caminhos que cruzam. A liberdade.
Não se deixam guiar pelo brilho da lotaria de promessas.
Vivem como coisas que são, e perto delas tudo é.
Coisas e Pessoas nascem da mesma matéria. A matéria de que são feitas as estrelas, mas só alguns conseguem brilhar. O universo.
As Coisas. As Pessoas.
Por: Carolina. (17 anos)