Ó, e quem não foi palhaço nesta terra?!
E quem não se deslumbrou com as crendices?!
Quem não se deixou levar pela fé cega?!
Sim!...Quem não chorou adeus à meninice?!
Ó, e quem não encenou uma peça na vida?!
E quem não foi um ator tão cínico em querelas?!
Quem não ficou um domingo em despedida?!
Sim!...Quem não se agoniou por suas mazelas?!
Ó, e quem não cantou em dor e sofrimento?!
E quem nunca sentiu uma triste “dor de cotovelo”?!
Quem não sentiu arder no peito um lamento?!
Sim!...Quem do coração nunca ouviu um apelo?!
Ó, e qual mulher não sonhou casar-se de véu?!
E qual homem não vivenciou um tempo incrível?!
Quem não viu uma nuvem cinzenta no céu?!
Sim!...Quem nunca o foi uma vez, insensível?!
Ó, e qual amor nunca teve uma briga sentida?!
E quais beijos nunca o foram tanto, roubados?!
Qual lágrima, dos olhos, não foi aspergida?!
Sim!...Qual o sonho não foi deixado de lado?!
Ó, e qual motosserra uma árvore não desejou?!
E quem nunca ouviu o ciciar das folhas, ao léu?!
Quem nunca, uma moribunda página riscou?!
Sim!...Quem nunca viu a branca cor do papel?!
Ó, e quem não exultou em regozijos na vida?!
E quem nunca se pegou sorrindo como criança?!
Quem nunca deixou um beijo em despedida?!
Sim!...Quem nunca teve alguém na lembrança?!
Ó, e quem nunca viveu amores indizíveis?!
E quem nunca sonhou em ser rico e famoso?!
Quem nunca pensou amores impossíveis?!
Sim!...Quem nunca nasceu de um gozo?!
(® tanatus - 25/01/2010)