Bebo em teu cálice purpúreo,
Do néctar dos faraós,
Néctar de deuses desaparecidos
E me acredito ser um deles,
Sem tempo para nascer,
Sem tempo para morrer.
Em tua boca ardente,
Razão encontro,
Para despir meu hábito
De monge guerreiro,
Quem sabe para a eternidade;
Fantasiar-me-ei,
Então,
Em cavaleiro alado,
Que tudo deseja,
Que tudo possui.
Ao escutar teus murmúrios lascivos,
Em terras distantes,
Quando teu adeus
Estiver fincado em minha alma,
Como chaga maldita,
Serei prisioneiro de uma mulher,
Prisioneiro de um sonho.