Sem Abrigo
Eu encontrei-te assim, vagueando…
Ali… arrefecias chamas de dor,
Com tragos alternados de bebida!
E no recôndito da alma, faltando
O traço que contorna o amor…
Vestígios da caminhada sofrida
Para uma vida que em ti, morreu…
Crês em Deus e gritas o fado vadio!
Cordas gastas por ecos de lembrança…
Até o sol envergonhado, se escondeu
Por não conseguir aquecer-te o frio
Enquanto esperas o vento da esperança!
Afogaste sentidos em turvas águas
Onde desejas lavar,qual orgulho...?
Algures, num insignificante lugar,
Enterras as lágrimas das magoas …
Acrescentas miga a miga, ao entulho
Que te persegue no lento caminhar…
Foi no momento...e cruzei contigo!
Uma casa sem porta para abrir…
Com quadros feitos a eco de terror,
Retratando um imaginário amigo
Que não te vê nem sabe sorrir!
Nos jardins a temporizarem o amor,
Também lá, mora quem te ignorou
Na brevíssima fronteira limitadora!
Encontrei-te assim na incapacidade
Que a vida eterna do ser, gerou…
Por ti, perdi meu título de sonhadora!
Contigo, quero saltar desta realidade…
(Direitos de autor)