Se me vires algum dia, curvado pelo chão!
Tendo a lua por testemunha, alçada na amplidão!
Não entre em desespero!
E, oh!...Por mim não chores não...
Se me vires algum dia, suspirar na solidão!
Tendo a dor por testemunha, açoitada compaixão!
Não entre em desespero!
E, oh!...Por mim não chores não...
Se me vires algum dia, em inerte lassidão!
Tendo o cais por testemunha, em mares de ilusão!
Não entre em desespero!
E, oh!...Por mim não chores não...
Se me vires algum dia, voejando num balão!
Tendo o céu por testemunha, na imensa vastidão!
Não entre em desespero!
E, oh!...Por mim não chores não...
Se me vires algum dia, carpindo com paixão!
Tendo o amor por testemunha, lacerado coração!
Não entre em desespero!
E, oh!...Por mim não chores não...
Se me vires algum dia, implorando gratidão!
Tendo o sol por testemunha, num fúlgido clarão!
Não entre em desespero!
E, oh!...Por mim não chores não...
Se me vires algum dia, decepadas as mãos!
Tendo o horror por Torquemada, ignóbil inflição!
Aí, sim, entre em desespero!
E, oh!...Por mim não chores não...
(® tanatus - 12/02/2010)