Atropelo-me e desfaço-me em silêncios, que não param de me queimar a face num pesadelo sem fim..
Aguardo pelas palavras que não chegam, pelos dias que não passam, pelos impossíveis que não se convertem, e pelo que nunca te soube dizer...
E tinha ainda tanto para falar... mas nunca o suficiente para o fazer! Devo-me ter perdido entre palavras desditas que não me fazem sentir em mim e as miragens malditas que não me deixam pôr-te um 'fim'.
Eu nunca deixei de aqui estar, mas a minha alma decidiu fugir, se tudo aquilo que quero está agora enterrado no mais fundo dos cantos, deixa-me então até a mim partir.. Hoje preciso ver-me longe de ti, curar todas as minhas feridas e não pensar em mais nada, senão em mim. Porque toda esta chuva que me molhou o rosto, gelou-me a alma e trouxe-a de volta. Agora os olhos que antes eram teus, não conseguem mais ver, cegaram-me o coração que agora chora sempre que a noite chega.
Não voltarei a olhar para trás! Vou sem destino, sem bagagem e retorno. Hoje já não me assombra a tua ausência nem me pesa o teu olhar, por isso não te espalhes em saudades porque jamais hei-de voltar.
Quando sentires a minha falta não me tentes perceber, entende antes os meus silêncios...