O lápis já perdera as marcas dos dedos.
Desacostumado à pressão que as palavras impunham através deles.
Desejando sair de algum lugar, canto ou curva.
Deste Ser que não sabe ao certo quem é.
Ou quem está.
Basta-lhe para existir: sentir, agir – e assim, ir sendo.
Não lhe foi dado o dom de pensar sobre seus devaneios.
Como fuga, lhe sabe derramar intuições, borrões e dúvidas.
Divagações próprias e impróprias.
Porque o cotidiano insiste em invadir-lhe e questionar sobre o que poderia e seria...
Tolo!
Importa o que pôde e foi, ou no mais possível do pensar, o que poderá e será.
Seria mais fácil sem o Superego;
E menos saboroso, também!
O ‘ser ou não ser” é o combustível, no (des)movimento do existir.
(Letícia Corrêa – 25/02/10)
Letícia Corrêa