Perigo! Não esperes de mim uma prova de amor,
Sou inconstante na ação, mas diferente nas palavras!
Um paradoxo, eu sei, mas ao amar, prefiro a dor,
Pois o amor é uma lamina que escalavra...
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E leva-te a morte, corpo vivo, alma sã!
E engana-te, tão insolente e mentiroso...
Faz-te louco, e sem resposta no divã...
E ainda ri da sua cara, com seu sorriso jocoso...
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Perigo! Não espere de mim mais do que uma sedução,
Não espere mais que uma sensação de prazer,
Não espere mais que uma efêmera satisfação,
De um sexo frio, só pela necessidade de fazer...
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Pois eu não quero amor, então esqueça!
Esqueça de tudo, pois amar é perigoso!
Amar é o que eu menos quero na cabeça,
Não quero seu paladar, mesmo que pareça gostoso...
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Se lhe pareço estúpido, lhe agradeço!
Pois na verdade, não quero que me compreenda!
Pois o amor lhe sufoca, apertando-lhe o pescoço,
Cega-lhe, como se lhe colocasse uma venda...
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Eu só quero a inutilidade de um único prazer,
Na continuidade que só a carne tem,
Para depois ir embora, sem ter nada a dizer,
Sem ter nada a dever, sem algum mal ou bem...
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Amor e morte, eu não sei se lhe explico,
Pois vou preferir mentir, caso venha entender!
Sexo sem amor é algo muito explicito!
Mas entre o amor e a morte, eu prefiro morrer...
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Para não ter um sentimento que me destrói,
Que me deixa só em seu universo fechado...
Onde com sua natureza incomum a tudo corroí,
E onde amar, seria o maior dos pecados...