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O grão de areia

 
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era uma vez
um ínfimo grão de areia

um daqueles triliões e triliões que, por ali,
na fronteira entre terra e mar, se unem
qual tapete dourado,
jogando às escondidas
com o sol,
a espuma das águas salgadas,
os recantos mais íntimos
de enlaçados, descuidados amantes,
os castelos que inocentes mãos deixam ao tempo,
espelho vivo de contos,
histórias de sereias e fadas
jamais sonhados…

um daqueles que, qual exército
alinhado com o pó, em dura argamassa,
enforma casas, estradas ou templos
das belas cidades, criações do homem inquieto…

um daqueles que, cavados
na costa pelas ondas, ora suaves,
ora turbulentas,
se deixam embalar no seu vaivém constante,
indecisos
entre terra e mar…

um desses triliões e triliões
prendeu-se de amores pelo vento
e, embriagado com a sua leveza,
deixou-se levar, ar adentro,
numa infinda viagem, quiçá a mais bela,
mais longa e misteriosa,
buscando a liberdade!...

 
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QUICAS
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/02/2010 16:34  Atualizado: 22/02/2010 16:34
 Re: O grão de areia
Lindo este poema!
Amei ler-te!
As vezes precisamos fazer esta viagem para aprendermos o valor da liberdade e dos sonhos...

Parabéns!
Abraços ternos...
Rosa


Enviado por Tópico
ÔNIX
Publicado: 22/02/2010 17:23  Atualizado: 22/02/2010 17:23
Membro de honra
Usuário desde: 08/09/2009
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2683
 Re: O grão de areia
um daqueles triliões e triliões que, por ali,
na fronteira entre terra e mar, se unem
qual tapete dourado,
jogando às escondidas
com o sol,


E enfim o momento em que se deu a transformação, e o minúsculo grão se desprendeu e alcançou dimensões nunca alcançáveis

Gostei de ler

Beijo

Matilde D'Ônix