Eram olhos escuros e carinhosos,
De natura soberba, cor-de-cobre
Ventre dos meus sonhos desejosos,
Volúpia apaixonada, rara e nobre.
Eram berços das estrelas rutilantes,
Das nuvens pratas, fofas e fugidias;
Fontes de cristais ao nascer do dia
Límpido, repleto de sóis diamantes,
De líquidos jaspeados e ametistas.
Eram os orvalhos das madressilvas
Num cenário de pedras verdes e azuis
As folhas dos arvoredos coando a luz
Que a relva veludosa, feliz, recebia.
Eram repouso sacrossanto das fadas,
Nereidas, faunos e ondinas ocultas;
Hemisférios de refrigérios e candura
Onde um tropeiro mineiro fazia segura
Morada...
Gyl Ferrys