Sonetos : 

 
Se eu pudesse encontrar o fio da meada
Nesse intrincado nó. Tranqüilo desfazê-lo.
Trazer a linha toda ao corpo do novelo
E a trama, novamente, começar do nada.

Poder fazer de mim o meu próprio modelo.
Usar o que aprendi em cada tricotada.
Traçar o fio, então, de forma apurada.
Fazer o meu melhor do hálux ao cabelo.

Saber exatamente o ponto a ser usado:
Trançado, retilíneo, fixo ou cruzado,
Nas pregas do bordado, cós... em cada dobra.

Pudesse ser assim e tudo então seria
Na vida, certamente, como eu gostaria,
Mas sábio Deus, por fim, nunca deu asa a cobra.


Frederico Salvo


Direitos efetivos sobre a obra.
http://pistasdemimmesmo.blogspot.com/

 
Autor
FredericoSalvo
 
Texto
Data
Leituras
775
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
6
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/02/2010 22:47  Atualizado: 21/02/2010 22:47
 Re: Nó
Saudades de te ler amigo!
Não sei falar de formas, mas sei dizer que senti a poesia e em mim fica a beleza e a importância dela!
Um forte abraço
Boa semana!
Edilson


Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 22/02/2010 07:21  Atualizado: 22/02/2010 07:21
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Nó
Magnífico soneto, com alma, fluência e sonoridade perfeita. E um remate de ouro.

Um abraço!


Enviado por Tópico
poesiadeneno
Publicado: 22/02/2010 11:48  Atualizado: 22/02/2010 11:48
Colaborador
Usuário desde: 27/06/2009
Localidade:
Mensagens: 1405
 Re: Nó
FS

É urgente desfazer o nó.

Apreciei.


Abraço