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Alma de poeta (AjAraujo)

 
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Formas vagas passeiam
Nas janelas, ante o balanço
Das chamas das velas,
Desenham figuras no ar

Céu estrelado de Van Gogh
Cores do Taiti de Gaughin,
Se dissipam de modo fugaz
Ao se aproximarem de mim

Nos subterrâneos do ser,
Transitam habilmente,
Escondem a dor,
Sufocam o grito...

Lágrimas não fluem,
Como a noite que chora,
Deixa o orvalho na relva,
E na aurora é visto...

Como o espírito do poeta
Em súbita inspiração,
Acácia cujos botões
Irrompem em floração...

Riachos d´alma
Que murmúrios entoam,
Na solidão da madrugada,
Peregrino, só os olhos viajam...


AjAraújo, o poeta humanista, escrito em julho de 1976, revisitado em fevereiro de 2010.

Imagem: Van Gogh - Enclosed Wheat Field with Peasant October 1889, Saint-Rémy Oil on canvas, 74 x 92 cm. Museum of Art, Indianapolis
 
Autor
AjAraujo
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